terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Society
Oh, it's a mystery to me
We have a greed with which we have agreed
And you think you have to want more than you need
Until you have it all you won't be free
Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...
When you want more than you have
You think you need...
And when you think more than you want
Your thoughts begin to bleed
I think I need to find a bigger place
Because when you have more than you think
You need more space
Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me...
There's those thinking, more-or-less, less is more
But if less is more, how you keeping score?
Means for every point you make, your level drops
Kinda like you're starting from the top
You can't do that...
Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me...
Society, have mercy on me
Hope you're not angry if I disagree...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me...
Long Nights
Have no fear
For when I'm alone
I'll be better off than I was before
I've got this light
I'll be around to grow
Who I was before
I cannot recall
Long nights allow me to feel...
I'm falling...I am falling
The lights go out
Let me feel
I'm falling
I am falling safely to the ground
Ah...
I'll take this soul that's inside me now
Like a brand new friend
I'll forever know
I've got this light
And the will to show
I will always be better than before
Long nights allow me to feel...
I'm falling...I am falling
The lights go out
Let me feel
I'm falling
I am falling safely to the ground
Ah...
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
A pobreza da riqueza (Cristóvam Buarque).
"Em nenhum outro país os ricos demonstram mais ostentação que no Brasil. Apesar disso, os brasileiros ricos são pobres. São pobres porque compram sofisticados automóveis importados, com todos os exagerados equipamentos da modernidade, mas ficam horas engarrafados ao lado dos ônibus de subúrbio. E, às vezes, são assaltados, seqüestrados ou mortos nos sinais de trânsito. Presenteiam belos carros a seus filhos e não voltam a dormir tranqüilos enquanto eles não chegam em casa. Pagam fortunas para construir modernas mansões, desenhadas por arquitetos de renome, e são obrigados a escondê-las atrás de muralhas, como se vivessem nos tempos dos castelos medievais, dependendo de guardas que se revezam em turnos.
Os ricos brasileiros usufruem privadamente tudo o que a riqueza lhes oferece, mas vivem encalacrados na pobreza social. Na sexta-feira, saem de noite para jantar em restaurantes tão caros que os ricos da Europa não conseguiriam freqüentar, mas perdem o apetite diante da pobreza que ali por perto arregala os olhos pedindo um pouco de pão; ou são obrigados a restaurantes fechados, cercados e protegidos por policiais privados. Quando terminam de comer escondidos, são obrigados a tomar o carro à porta, trazido por um manobrista, sem o prazer de caminhar pela rua, ir a um cinema ou teatro, depois continuar até um bar para conversar sobre o que viram. Mesmo assim, não é raro que o pobre rico seja assaltado antes de terminar o jantar, ou depois, na estrada a caminho de casa. Felizmente isso nem sempre acontece, mas certamente, a viagem é um susto durante todo o caminho. E, às vezes, o sobressalto continua, mesmo dentro de casa.
Os ricos brasileiros são pobres de tanto medo. Por mais riquezas que acumulem no presente, são pobres na falta de segurança para usufruir o patrimônio no futuro. E vivem no susto permanente diante das incertezas em que os filhos crescerão. Os ricos brasileiros continuam pobres de tanto gastar dinheiro apenas para corrigir os desacertos criados pela desigualdade que suas riquezas provocam: em insegurança e ineficiência.
No lugar de usufruir tudo aquilo com que gastam, uma parte considerável do dinheiro nada adquire, serve apenas para evitar perdas. Por causa da pobreza ao redor, os brasileiros ricos vivem um paradoxo: para ficarem mais ricos têm de perder dinheiro, gastando cada vez mais apenas para se proteger da realidade hostil e ineficiente.
Quando viajam ao exterior, os ricos sabem que no hotel onde se hospedarão serão vistos como assassinos de crianças na Candelária, destruidores da Floresta Amazônica, usurpadores da maior concentração de renda do planeta, portadores de malária, de dengue e de verminoses. São ricos empobrecidos pela vergonha que sentem ao serem vistos pelos olhos estrangeiros.
Na verdade, a maior pobreza dos ricos brasileiros está na incapacidade de verem a riqueza que há nos pobres. Foi esta pobreza de visão que impediu os ricos brasileiros de perceberem, cem anos atrás, a riqueza que havia nos braços dos escravos libertos se lhes fosse dado direito de trabalhar a imensa quantidade de terra ociosa de que o país dispunha. Se tivesse percebido essa riqueza e libertado a terra junto com os escravos, os ricos brasileiros teriam abolido a pobreza que os acompanha ao longo de mais de um século. Se os latifúndios tivessem sido colocados à disposição dos braços dos ex-escravos, a riqueza criada teria chegado aos ricos de hoje, que viveriam em cidades sem o peso da imigração descontrolada e com uma população sem miséria.
A pobreza de visão dos ricos impediu também de verem a riqueza que há na cabeça de um povo educado. Ao longo de toda a nossa história, os nossos ricos abandonaram a educação do povo, desviaram os recursos para criar a riqueza que seria só deles, e ficaram pobres: contratam trabalhadores com baixa produtividade, investem em modernos equipamentos e não encontram quem os saiba manejar, vivem rodeados de compatriotas que não sabem ler o mundo ao redor, não sabem mudar o mundo, não sabem construir um novo país que beneficie a todos. Muito mais ricos seriam os ricos se vivessem em uma sociedade onde todos fossem educados.
Para poderem usar os seus caros automóveis, os ricos construíram viadutos com dinheiro de colocar água e esgoto nas cidades, achando que, ao comprar água mineral, se protegiam das doenças dos pobres. Esqueceram-se de que precisam desses pobres e não podem contar com eles todos os dias e com toda saúde, porque eles (os pobres) vivem sem água e sem esgoto. Montam modernos hospitais, mas tem dificuldades em evitar infecções porque os pobres trazem de casa os germes que os contaminam. Com a pobreza de achar que poderiam ficar ricos sozinhos, construíram um país doente e vivem no meio da doença.
Há um grave quadro de pobreza entre os ricos brasileiros. E esta pobreza é tão grave que a maior parte deles não percebe. Por isso a pobreza de espírito tem sido o maior inspirador das decisões governamentais das pobres ricas elites brasileiras.
Se percebessem a riqueza potencial que há nos braços e nos cérebros dos pobres, os ricos brasileiros poderiam reorientar o modelo de desenvolvimento em direção aos interesses de nossas massas populares. Liberariam a terra para os trabalhadores rurais, realizariam um programa de construção de casas e implantação de redes de água e esgoto, contratariam centenas de milhares de professores e colocariam o povo para produzir para o próprio povo. Esta seria uma decisão que enriqueceria o Brasil inteiro - os pobres que sairiam da pobreza e os ricos que sairiam da vergonha, da insegurança e da insensatez.
Mas isso é esperar demais. Os ricos são tão pobres que não percebem a triste pobreza em que usufruem suas malditas riquezas".
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
A verdade é incoveniente.
Paris! Grande cidade, sonhos, paraíso, maravilha, primeiro mundo. Mentira! Tudo isso não passa de hipocrisia. A verdade dói. Dói para caralho. É impossível não sentir esta sensação quando é honesto com a verdade. Em meio de tantas heranças monárquicas, a França também deixou e deixa muito sangue por toda a cidade. Os grandes monumentos não passam de grandes explorações. Visitadas por todos e aceito como verdade absoluta. Condeno e menosprezo a visitação aos considerados grandes monumentos. Não há lógica você sair de seu país, onde você mora num lugar não tão bom e ir para a "alta" sociedade, de um país altamente desenvolvido economicamente e ter esta percepção enganosa de que tudo o que é de fora é melhor. Faça ao contrário. Saia do banlieue (perifería) de Paris, onde estão despejados os negros e imigrantes, e venha ao Rio de Janeiro visitar Ipanema, Leblon e adjacências. O Rio de Janeiro é maravilhoso sob esta perspectiva. Então tudo parte do seu ponto de vista. Caso queira aceitar a percepção enganosa de que Paris é maravilhosa, basta fazer vista grossa aos problemas e contratar uma agência de turismo para guiá-lo mais uma vez. Sim. Porque o ser humano que se presta a ver a realidade a partir da perspectiva de uma empresa, este jamais verá a realidade e continuará sendo guiado por toda a vida. Fico impressionado com tamanha imbecilidade dos brasileiros que chegam ao exterior percebem o que convém e voltam criticando seu país, cospe na nação sem ter ao menos prestado serviços dignos a nação, dizem que o melhor é o que vem de fora e assim formam cabeças ocas que repetem o mesmo discursinho de merda. Lute pelo seu povo! Valorizemos nossos produtos, criatividades, raças e demais riquezas, que são várias. Até quando essa classe dirigente brasileira ignorante, burra e tapada irá ditar que o que é melhor é o que vem de fora. Estes vendidos dizem o que querem e cabe a nós aceitarmos esta percepção enganosa ou não. Decidiremos agora! Queremos ser cópias ou originais? Ecos ou vozes? Admitir este mundo, que é horrível, ou propor um novo mundo. Devemos ser capazes de imaginar o futuro e não aceitá-lo. Devemos criar e não copiarmos. Devemos ajudar ou sermos pioneiros no nascimento de um novo mundo, póis o atual está grávido e cansado. Vamos propor ao mundo um novo mundo. Vamos parar de ser prostituídos. Cabe a nós fazermos um futuro diferente e arrumarmos nossa casa.
O imposto global (Eduardo Galeano):
O amor que passa, a vida que pesa, a morte que pisa.
Há dores invisíveis, e é assim mesmo, não tem jeito.
Mas as autoridades planetárias acrescentam dor à dor, e ainda por cima nos cobram por esse favor.
Em dinheiro pagamos, a cada dia, o imposoto do valor agregado.
Em infelicidade pagamos, a cada dia, o imposto da dor agregada.
A dor agregada se disfarça de fatalidade do destino, como se fossem a mesma coisa a angústia que nasce da fugacidade da vida e a angústia que nasce da fugacidade do emprego.
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