sábado, 13 de março de 2010
O homem sob a chuva.
Hoje tomei literalmente um banho de chuva, renovador. Mas venho me molhando desde algum tempo numa outra chuva. Numa chuva limpa, transparente e verdadeira. Venho mergulhando neste lago profundo que sou. Eu! Sinto sensações que nunca senti e confesso certa estranheza o tal domínio que carrego a situação. Ainda hoje, por exemplo, quando sai de casa estava Shiva (Nome que acabo de dar), um lindo gato com os pêlos negros, na porta de casa. Fui realizar um ato de carinho e afeto o qual ele estava despreparado e agiu com certo receio, porém logo depois veio acariciar minhas pernas e pedir desculpas por ter sido tão frio com quem lhe tratara com extremo respeito. Desci e fui caminhar em volta do Hospital psiquiátrico Pedro II, esta que é uma região muito arborizada e que gosto muito, mas por incível que pareça uma parte do hospital será demolida para implementação de uma política pública assistencialista de um governo, pois será uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), o que me deixa extremamente inconformado.
Após estar caminhando e contemplando uma bela caminhada e conversa com Walter( Caminhada que Henry David Thoreau diz ser a melhor coisa para se fazer num dia, sobretudo se for uma floresta desconhecida) deparei-me com outro gato e este deu pelo menos um quarto de volta conosco, o que já me deixara abismado, mas superando todas as expectativas e percepções ele vem na minha direção e acaricia-me. Eu e Walter estávamos surpresos com tamanha intimidade que se deu o fato, mas de repente ele tenta atravessar a rua quando disse: “Rapaz volte aqui”. Ele voltou fez carinho novamente em minhas pernas e retornou ao seu dormitório. Walter e eu de olhos arregalados, quando Walter disse: “Você me lembra muito Francisco de Assis, pois você como ele tem diversas características semelhantes e ele também falava com os animais”. Pronto ganhei um elogio que nunca esquecerei.
Continuo a caminhar sob a chuva... (Pituca).
“A simplicidade é o último degrau da sabedoria” (Khalil Gibran).
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Homem, tudo é frágil, tudo é um sonho. Vejamos o poema:
ResponderExcluirA chuva chove
A chuva chove mansamente... como um sono
Que tranqüilize, pacifique, resserene...
A chuva chove mansamente...Que abandono!
A chuva é música de um poema de Verlaine...
E vem-me o sono de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono...
Véspera triste como a noite, que envenene
A alma, evocando coisas líricas de outono...
Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
Com muita névoa pelos ombros da montanha...
Paços de imensos corredores espectrais,
Onde murmuram, velhos órgãos, árias mortas,
Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,
Um poeta tem nas mãos a palavra,
ResponderExcluirTem na caneta a fala,
Têm na cabeça as idéias de quem se cala...
Um poeta sonha os nossos sonhos por nós mesmos,
Fala de forma simples ou complicada
À nossa vontade trancada...
Um poeta enobrece nossos gestos,
adocica a nossa amarga vida.
Mas nos faz acreditar que tudo tem uma saída...
Um poeta não existe para aqueles que não acreditam,
Mas se faz presente naquele ser que se deixa e é envolvente...
Um poeta é tão simples que palavras,
seguimento, momentos
São raridades em um discernimento...
Um poeta abraça o seu abraço de forma diferente,
Faz-me e te faz gente,
Pega a minha e a tua dor e sente...
Um poeta não morre,
Socorre...
Um poeta encontra os perdidos dos escondidos...
Um poeta é uma razão diferente de ser gente,
Acredita em algo que é tão diferente...
Um poeta tem na sua linha uma filosofia,
Tem na sua biografia a rica vida vazia.
Não tem bens, reféns,
Acredita no que se faz do que tens...
Um poeta é criança brinca de ser o que ter
Faz do tempo o seu
O poeta, é um: PETIT PETIT
ResponderExcluiruM ENFANT TERRIBLE, QUEM SABE?