quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Everett Ruess


“Em relação a quando visitarei a civilização, não será em breve, acho. Não me cansei da natureza; ao contrário, deleito-me cada vez mais com sua beleza e com a vida errante que levo. Prefiro a sela ao bonde, e o céu salpicado de estrelas a um teto, a trilha obscura e difícil, levando ao desconhecido, a qualquer estrada pavimentada, e a paz profunda do campo ao descontentamento gerado pelas cidades. Você me censura por ficar aqui, onde sinto que é o meu lugar e que sou uno com o mundo a minha volta? É verdade que sinto falta de companhia inteligente, mas há tão poucos com quem possa compartilhar as coisas que significam tanto para mim que aprendi a me contar. É suficiente que eu esteja cercado de beleza [...]

Mesmo com base em sua descrição insuficiente, sei que não conseguiria suportar a rotina e o tédio da vida que você é forçado a levar. Não acho que poderei algum dia fixar residência. Já conheci demais as profundezas da vida e preferiria qualquer coisa a um anticlímax.”



ÚLTIMA CARTA RECEBIDA DE EVERETT RUESS, AO SEU IRMÃO WALDO, DATADA DE 11 DE NOVEMBRO DE 1934

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